sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Meu lugar

Entregar o coração para alguém. Já parou para pensar na gravidade que este ato implica? E o pior. Não há escolha. O coração simplesmente vai. É ele quem decide. "Ah! Não, querida. Agora sou dele". E vai embora pleno e satisfeito. Os tremores, os calafrios, os medos e as inseguranças: você que lide com isso. Porque o coração não quer saber de mais nada. E ele vai embora. Vai junto com a pessoa escolhida. Sem pedir permissão. De repente, onde estão seus pés, onde seu corpo repousa, onde você trabalha, os lugares que conhece, o restaurante preferido, o melhor bar para curtir com os amigos, a balada do fim de semana: tudo perde sentido se a pessoa a quem o seu coração escolheu se entregar ali não está. Se ela está longe. Você vira um estranho dentro do seu próprio ninho. Do ninho que liderava. Do ninho onde não havia estranho algum. Você não se reconhece na sua própria casa. Você não pertence mais ao lugar que era seu. É uma força estranha, um imã, uma ligação sem laço, sem corrente, sem aliança. Ela tenta prender o resto do seu corpo ao seu coração. E o seu coração não quer mais saber de você...